Rick Skrenta, de 45 anos, criou o primeiro
vírus
de computador em 1982. (Foto: Divulgação)
O primeiro vírus a se espalhar por microcomputadores comemora 30 anos em
2012. Criado por um estudante de 15 anos e batizado de "Elk Cloner", o vírus
infectava computadores Apple II e se espalhava por meio de disquetes. O autor do
código, o norte-americano Rich Skrenta, hoje com 45 anos, é executivo do portal
de busca "Blekko", que promete uma experiência melhor de pesquisas eliminando
spam e outros resultados indesejados.
Depois criar o "Cloner" e se graduar em Ciência da Computação, Skrenta se
envolveu em projetos relacionados a jogos eletrônicos e na segurança de
comunicações na internet como funcionário da Sun Microsystems. Trabalhou para
uma empresa da Netscape, que seria comprada pela AOL, onde atuou no
desenvolvimento de sites da companhia. O programador nunca trabalhou na área de
antivírus.
"Achei uma pena que os antivírus fossem necessários. Parece-me que um sistema
operacional bem desenvolvido deveria ser capaz de proteger o computador desse
tipo de coisa", afirmou Skrenta ao G1.'
O programador tem uma mentalidade semelhante sobre o campo de buscas no qual
atua. Enquanto o
Google tenta criar algoritmos para
detectar sites que forem maliciosos ou de baixa relevância, o Blekko busca
classificar manualmente o conteúdo da internet.
"A web cresceu para incluir um monte de conteúdo ruim, não só malware e
vírus, mas sites que te enganam, vendem produtos ruins ou falsos, ou dão
informações falsas. No Blekko nós tentamos fazer uma lista com o melhor
conteúdo, categoria por categoria, e só pesquisar o que for de qualidade",
afirmou o executivo.
Em seu blog, (
veja
aqui) Skrenta já opinou que o Pagerank – o nome dado ao algoritmo do Google
para decidir o que é mais relevante com base nos links que recebe – teria
estragado a web. "Links deviam servir para a navegação humana. Hoje eles valem
dinheiro e estão arruinados", diz o texto.
Ao G1, ele explicou que o modelo do Blekko é uma "evolução necessária".
"Sempre haverá mais coisas ruins sendo criadas, mas o conjunto das coisas boas é
mais estável". O Blekko, fundado em 2007, está entre os mil sites com mais
tráfego na internet, segundo a Alexa
Elk ClonerO vírus Elk Cloner infectava o setor de boot
de disquetes, um dos meios que seriam mais populares entre os vírus nas décadas
de 80 e início de 90, até que os vírus de macro – que infectavam documentos do
Microsoft
Office – se tornaram um problema maior. O programa foi desenvolvido como uma
brincadeira.
"Fiz o Elk Cloner como uma brincadeira quando era garoto. Desenvolver malware
para ganhar dinheiro de forma criminosa me não parece a mesma coisa. Existe uma
diferença entre os estudantes do MIT (Massachussets Institute of Technology)
[faculdade norte-americana ligada à cultura hacker] que aprendem a burlar
fechaduras para entrar em lugares secretos do campus, e bandidos que querem
roubar bancos. Um deles está dominando a tecnologia porque é interessante e eles
são curiosos, enquanto o outro tipo de atividade é negativa e danosa",
afirmou.
Skrenta disse que nunca recebeu nenhum contato de programadores de vírus.
Como os sistemas e os disquetes nos quais o Elk Cloner se espalhou não são mais
usados, a praga não está mais em circulação. Mas ainda existe pelo menos uma
cópia do vírus.
"Ainda tenho o disquete de 5 e 1/4 polegadas que foi o primeiro do Elk
Cloner, e o Apple II em que eu o programei", revela.
fonte g1
Altemar Carneiro...