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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Como serão os smartphones no futuro

Daqui a três anos poderemos ter aparelhos dobráveis e com processadores até 75 vezes mais rápidos do que os atuais. Confira a lista de possíveis recursos

Enquanto você lê essa reportagem, desenvolvedores, engenheiros e designers de produto estão trabalhando na próxima grande tecnologia móvel. O mundo mobile está mudando de forma rápida: os smartphones se transformaram de aparelhos portáteis para e-mail em máquinas de streaming de vídeo que navegam na web com uma velocidade impressionante e têm câmeras que rivalizam com máquinas fotográficas domésticas (e também fazem ligações, por acaso). Mas como os smartphones serão daqui a cinco anos? Ou dez anos? Que tipo de coisas incríveis eles conseguirão fazer?
Obviamente, não temos como prever exatamente como será a evolução dos telefones celulares (a não ser que algum tipo de bola de cristal seja lançada nesse período), mas basta observar as tendências atuais e rastrear o que os gênios do MIT e outras instituições acadêmicas estão aprontando para ter uma boa ideia do que está a caminho.
Designs flexíveis de smartphones
Na série animada “Futurama” a personagem Amy tem um telefone celular tão fino que ela acaba engolindo-o. Apesar de a tecnologia dentro dos telefones estar ficando cada vez menor (pense na nanotecnologia), não espere nenhum telefone invisível em um futuro próximo. De acordo com o analista sênior de pesquisas da IDC, Ramon Llamas, os smartphones vão manter o tamanho de tela entre 3,7 e 4,3 polegadas. Eles podem ficar mais finos e leves, mas o mercado não verá aparelhos microscópicos. Assim, os displays não devem passar das 4,3”, segundo Llamas – afinal de contas, quem quer carregar um tablet no bolso?
Mesmo assim, os usuários não se cansam de espaço na tela, razão pela qual as fabricantes podem tentar colocar o máximo de tela possível – enquanto mantém o tamanho de bolso dos produtos. O Kyocera Echo da Sprint (operadora dos EUA) foi aplaudido por seu design inovador com duas telas dobráveis (meio que lembrando o Nintendo DS), mas a maneira como o sistema interagia com as duas telas apresentava alguns problemas. De qualquer forma, não espere que essa ideia desapareça, afirma Llamas. O analista acredita que veremos produtos parecidos – mas mais bem executados – nos próximos cinco anos.
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Kyocera Echo: com duas telas, aparelho se dobra como um Nintendo DS
Outras fabricantes também já brincaram com telefones de duas telas: alguns conceitos têm uma tela LCD ou OLED em um lado e uma tela de papel eletrônico (e-Ink) no outro. E os telefones de duas telas do futuro, quando dobrados, serão tão finos quanto os aparelhos atuais.
Llamas também espera ver mais telefones que poderão ser "vestidos" como um acessório nos próximos anos.Já vimos telefones de pulso no estilo James Bond de algumas fabricantes como a LG e Samsung, mas eles foram lançados de forma limitada em poucos países. E os telefones futuros não serão limitados ao formato de relógios de pulso: você poderá curvar, dobrar e moldar seu telefone da maneira que quiser. Imagine transformar seu telefone de um relógio de pulso ou bracelete em um "tablet" touchscreen com teclado QWERTY completo, e então dobrá-lo novamente para colocar no bolso.
Um bom exemplo de como poderão ser os "telefones de vestir" do futuro é um conceito da Nokia batizado de Morph, fruto da colaboração entre o Nokia Research Center o Cambridge Nanoscience Centre. Nanotecnologia seria utilizada para criar um aparelho eletrônico maleável e flexível, construído a partir de fibras de proteínas que são combinadas em uma estrutura tridimensional, permitindo que o telefone inteiro – incluindo a tela – possa ser dobrado e alterado.


Nokia Morph: smartphone "mutante" seria possível graças a novos materiais
Lembra dos jornais eletrônicos do filme “Minority Report”? Em breve poderemos ver algo parecido com aquilo em telas de celulares. Em 2008 a HP e o Flexible Display Center da Universidade Estadual do Arizona revelaram o protótipo de uma tela eletrônica flexível e acessível (em termos de preço) que usa tecnologia SAIL (self-aligned imprint lithography). Essas telas de computador parecidas com papel são feitas quase inteiramente de plástico, o que as torna duráveis, móveis e portáteis.
Recursos do Futuro: NFC, Realidade Aumentada, e Inteligência Artificial?
NFC (Near Field communication) permite que você realize transações simplificadas, trocas de dados, e conexões ao colocar seu telefone próximo a um objeto ou outro telefone. Estamos apenas começando a ver essa tecnologia integrada ao hardware e software de smartphones (a princípio no Japão, em sistemas como "FeliCa" e "Suica", e nos EUA), mas você pode esperar uma “explosão” dessa tecnologia nos próximos anos. O sistema Android 2.3, também conhecido como Gingerbread – presente nos telefones mais atuais do mercado – tem suporte a NFC, mas apenas alguns aparelhos, como o Nexus S, possuem o hardware necessário embutido. A tecnologia é usada principalmente para realizar pagamentos móveis, algo com que alguns consumidores podem não se sentir confortáveis.
A Google tem grandes planos para tornar a NFC ainda mais útil em sua próxima grande atualização do Android, conhecida como Ice Cream Sandwich. Um dos objetivos da companhia é permitir o que ela chama de “0-click interaction” (algo como “interação sem clique"), que te permitirá configurar conexões peer-to-peer via NFC simplesmente colocando dois telefones encostados no outro. Você poderá trocar informações de contato ou compartilhar páginas na web, vídeos do YouTube, e praticamente qualquer tipo de conteúdo – sem instalar um app separado.
Durante a sua conferência de desenvolvedores Google I/O 2011, a companhia demonstrou algumas das coisas que os desenvolvedores de aplicativos Android podem fazer com NFC. Um dos apps demonstrados, o Sticky Notes, permite aos usuários deixar notas para o outro ao tocar seus telefones juntos. Outra demo, o Google Talk Portal, te leva para uma videochamada aleatória quando você toca seu aparelho em uma "tag" (etiqueta) NFC. Talvez o uso mais legal para a NFC esteja nos games: a tecnologia tornará a inicialização de partidas "mano a mano" incrivelmente fácil – e você não vai precisar depender de uma rede celular.
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Google Wallet: tecnologia NFC permite usar o smartphone como carteira
Realidade aumentada (AR) é outro recurso que temos visto em alguns apps aqui e ali, mas Llamas prevê que a AR vai se tornar um recurso padrão e cotidiano nos telefones de amanhã, em vez de ficar limitado a apenas alguns aplicativos como o Google Goggles ou o navegador Layar. Nós já encontramos um pouco dessa abordagem na busca visual do Bing, que é construída dentro da plataforma Windows Phone 7. Se você está viajando ou apenas explorando seu próprio bairro, por exemplo, pode apontar seu telefone para as redondezas e o app vai sobrepor à imagem indicadores de marcos históricos próximos.
Se você já visitou a Disney ou qualquer outro parque de diversões, provavelmente demorou muito tempo para encontrar os banheiros. Nos próximos anos, seu telefone poderá não apenas localizar os banheiros mais próximos, mas também te dizer quanto tempo vai demorar a fila da Splash Mountain, por exemplo. Isso é, obviamente, uma situação hipotética, mas Llamas prevê que o GPS irá além de simplesmente te dar instruções de caminho. Com redes de dados mais rápidas, o GPS poderá ser uma das tecnologias usadas para entregar resultados em tempo real mais precisos sobre trânsito, clima, eventos e por aí vai. A próxima geração da tecnologia talvez possa encontrar sua localização em um prédio, em vez de apenas mostrar em qual rua você está.
Também há alguma discussão na indústria sobre a implementação de inteligência artificial em smartphones. Legal? Sim. Assustador? Só um pouco. No grupo de ciência da computação e inteligência artificial do MIT os pesquisadores desenvolveram um sistema móvel que pode buscar por reviews de usuários em sites como Citysearch ou Yelp, extrair informações úteis sobre um estabelecimento em especial, e tornar essa informação mais útil. Por exemplo, se você quisesse descobrir se um restaurante serve bons martinis, o algoritmo realizaria uma análise gramatical dos pares de adjetivo e nome, como “martinis excelentes” ou “martinis horríveis”.
O professor do programa de ciência da computação da Universidade de Rice, Lin Zhong, prevê que os celulares e os aplicativos do futuro vão coletar, analisar e fornecer dados relevantes para os usuários – sem os usuários nem saberem.
“À medida que nós carregamos os smartphones eles coletam dados, analisam situações e fornecem informações sobre um local, como um amigo faria”, escreve Zong no blog da universidade.
Processadores poderosos
Recentemente a Qualcomm anunciou que está planejando lançar processadores quad-core de 2.5GHz para smartphones no início do próximo ano. De acordo com a fabricante, esses processadores quad-core terão interfaces Wi-Fi, GPS, Bluetooth e Rádio FM integrados; suporte a NFC e redes LTE (4G) e poderão capturar e reproduzir vídeos e fotos em 3D. Se veremos os primeiros aparelhos com esses chips em apenas um ano, o quão poderosos serão os telefones daqui a cinco anos?
Há alguns meses a Nvidia compartilhou o cronograma de sua família de processadores Tegra, indicando que seus chips quad-core também estarão em smartphones no início de 2012. Apelidada de “Kal-El”, essa geração seria cinco vezes mais rápido do que o processador Tegra 2, que é usado em muitos smartphones e tablets "top de linha" atuais. A geração seguinte se chamará “Wayne”, que a companhia afirma ser 10 vezes mais rápida do que o Tegra 2, seguido pela “Logan” (50 vezes mais rápido!) e finalmente a “Stark” (75 vezes mais rápida!). A previsão é que os primeiros chips "Stark" estejam disponíveis em 2014, então você pode esperar ver smartphones ficarem muito mais poderosos em muito pouco tempo.
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Em três anos, smartphones poderão ter processadores 75x mais rápidos que o atual Tegra 2
Infelizmente, uma tecnologia que não vai melhorar é a duração de bateria. Ao menos de acordo com Llamas. À medida que os processadores ficam mais poderosos e mais smartphones migram para a tecnologia LTE, a bateria do seu telefone vai continuar a sofrer. A boa notícia é que osacessórios para carga de bateria vão continuar a melhorar, incluindo cases para telefones com baterias extras (e, esperamos, que durem mais).
Por último, espere mais fabricantes de telefones dando um passo maior em direção a se tornarem “verdes” – em tudo, desde a tecnologia dentro dos aparelhos até o processo de fabricação e empacotamento.  Já vimos algumas empresas darem esse passo (mais notavelmente a Samsung), mas Llamas prevê que essa será uma prática comum para as fabricantes de telefones.
Mal estamos arranhando a superfície aqui ao discutir apenas o design e recursos. Redes, operadoras e sistemas operacionais também serão completamente diferentes daqui a cinco anos. É por isso que em breve publicaremos outra reportagem sobre o futuro da tecnologia de redes. Fique de olho!
altemar carneiro fonte PW
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